domingo, 9 de agosto de 2009

Tecnologias em Educação
Tecnologias em educação são relevantes ao contribuir com processos educativos, sem subverter a relação de meio e fim. É claro que este é o ponto de vista do educador de forma geral, mas que ultimamente está se modificando. Do ponto de vista do mercado, o carro chefe será tecnologia e educação virá arrastada atrás. É preciso não perder de vista que, em nossa cultura eurocêntrica, produção de tecnologias inovadoras, além de ser círculo virtuoso (produção e tecnologia se reforçam e reinventam), é o signo da regulação socioeconômica maior. Por isso, geralmente ocorre descompasso muito difícil de superar: enquanto os meios andam a velocidade da luz e se inovam, não só sem parar, mas cada vez mais rapidamente, a pedagogia vai a passos de cágado, devagar, quase parando. Talvez se pudesse alegar que, na educação a distância, o que mais falta faz é pedagogia, do que decorre que aprendizagem comparece massacrada pelos meios, residual, eventual.
Há que se reconhecer que a própria tecnologia computacional, sob o signo da inteligência artificial, empurrou para frente à discussão sobre a aprendizagem de maneira interessante por vezes, em geral com base biológica (Gardner, 2003. Hawkins, 2004). Um dos reptos aí precisamente é como replicar no computador a estrutura neuronal do cérebro, em especial se uma estrutura tão complexa e não linear como essa é replicável, simulável artificialmente[1]. Como colocam Edelman/Tononi (2000), ainda entendemos pouco “como a matéria se faz imaginação”, mas é visível que ocorre na produção da imaginação uma “emergência”, ou seja, um fenômeno que desborda as condições iniciais de maneira impressionante. Por trás da imaginação há uma massa cinzenta, material, sem a qual nada acontece. Mas, ao acontecer, imaginação vai muito além da condição inicial material. Tal habilidade reconstrutiva, autopoiética, coloca-se como uma das marcas mais pertinentes da aprendizagem, como propõe Hofstadter (2001) ao contrapor a inteligência artificial (que considera propaganda enganosa) com a inteligência humana, sob o signo de três gênios: Escher, Gödel, Bach[2]. Assim se expressa: “Ninguém sabe por onde passa a linha divisória entre o comportamento não inteligente e o comportamento inteligente; na verdade, admitir a existência de uma linha divisória nítida é provavelmente uma tolice. Mas, certamente, são capacidades essenciais para a inteligência: responder a situações de maneira muito flexível; tirar vantagens de circunstâncias fortuitas; dar sentido a mensagens ambíguas ou contraditórias; reconhecer a importância relativa de elementos de uma situação; encontrar similaridades entre situações, apesar das diferenças que possam separá-las; encontrar diferenças entre situações, apesar das que possa uni-las; sintetizar novos conceitos, tomando conceitos anteriores e reordená-los de maneiras novas; formular idéias que constituem novidades. Aqui nos encontramos diante de um aparente paradoxo. Por sua própria natureza, os computadores são as criaturas mais inflexíveis, incapazes de desejar e obedientes às regras. Por mais rápidos que possam ser, são também, ao mesmo tempo, a síntese da inconsciência” (2001:28). Aprender é dinâmica reconstrutiva,autopoéitica, de dentro para fora, porque o cérebro de todo ser vivo é dotado de autonomia e é capaz de aprimorar esta autonomia durante a vida (Maturana, 2001. Demo, 2002b), se souber aprender. O computador não aprende porque funciona de fora para dentro, de maneira linear. Se reuníssemos 10 pessoas em torno de uma mesa redonda e contássemos para a número 1 uma estória, para contar para a numero 2, até a número 10, a estória chega irreconhecível, porque não podemos não reconstruir a estória. Ao contar uma estória, passamos a fazer parte dela como sujeitos interpretativos e auto-referentes, ao contrário do computador que, se gravamos nele um documento, permanece o mesmo, e sequer esperamos que se meta a reconstruir nosso texto.
[1] Alguns exemplos de autores que apostam na vida artificial: Bailey (1996); Simon (1998); Franklin, 1998; Hogan, 1997; Russel/Norvig, 1995).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Aprendendo fazer links

Através dos LINKS conseguimos muitas coisas por meio do wikipedia